Desmistificando cancer: o que pode ser feito para ajudar, fazer diferenca no tratamento dessa terrivel doenca?
Wednesday, June 8, 2011
A dificil tarefa de seguir adiante...como antes!
Uma vez no Brasil, toda pessoa que passa muito tempo fora, sente falta (ou pensa que sente) de tudo aquilo que se privou durante sua estadia no exterior. Nao e' diferente no caso do paciente de cancer. As tentacoes sao muitas e multiplas.
No caso da minha mae, o problema e' ate' mais complicado por que ela ja' carrega essa tendencia de contrariar...de ser mae (que nao e' controlada pelos filhos, ou melhor, pelos conselhos dos filhos!) autoritaria: a estoria vem se repetindo dia apos dia - ela come justamente o que a gente (principalmente minha irma e eu) insiste que ela nao deve comer. Possvelmente, quer mostrar que esta' outra v ez no comando da sua propria vida! Talvez, ela se sinta invencivel como as suas lembrancas anteriores a seu diagnostico (que aconteceu fora do Brasil). Ela ate' descobriu um novo vicio, que, segundo ela, seria para substituir o cigarro (que ela ja' abandonou ha' mais de 18 meses atras!): chupar bala, muitas balas, uma atras da outra. E' claro que eu nao poderia ficar indiferente a esse consumo exagerado de acucar (que, com certeza, nao faz bem a ninguem e, muito menos a um paciente de cancer!), mas sou impotente frente a emancipacao da minha mae no Brasil. Aqui, ela fala o idioma local, conhece todos os truques e atalhos, vai sozinha a todo lado...consome o que quer e apetece! Eu ja' nao posso selecionar seus alimentos ou controlar sua dieta. Aqui, no Brasil, ela esta' livre [demais, talvez, para ser controlada]. Mas eu? simplesmente, me afasto...nao quero ver. Acho que e' a pior coisa: ver um paciente despreocupado com seu proprio estado de saude.
E' fato: a minha mae tem muito medo de morrer, mas e' um fato ainda maior, que ela nao consegue compreender a gravidade do seu estado de saude. Como ela teve a sorte de nao sentir sintomas de cancer, a gravidade parece ser um sonho distante...um pesadelo que aconteceu a outra pessoa.
Ha' mais de 3 horas de voo do Rio de Janeiro (onde minha mae esta'), conservo meus pensamentos o mais sano possivel: sei que devo respeitar as escolhas dos outros sem me sentir culpado e, no caso da minha mae, a distancia ajuda muito!
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