Wednesday, March 24, 2010

Impaciente paciencia com o paciente



Na maioria das vezes, a realidade no cancer assusta, aterroriza, deprime e desanima. Na maiopria das vezes, e' ate' dificil saber como reagir (uma amiga me disse que e' melhor e aconselhavel procurar ajuda psicologica de um profissional, e eu concordo!), o que dizer e como confortar o paciente. A unica coisa que e' claro e' como se deve medicar e o porque de se ter que passar por tanto desconforto com o tratamento convencional: querer se curar!

Para nos, parentes e amigos, a coisa e' ainda mais direcionada: se e' isso que se necessita para se curar, entao vamos a luta...ha' que fazer o que o medico diz, comer o que possa ajudar, pedir oracoes e ter muita esperanca. Mas para o paciente, muitas duvidas deve pairar sobre o pensamento, muitas angustia...coisas que so' o paciente mesmo, que passa por isso em "primeira pessoa" sabe o que significa.

Bem, eu nao sou o paciente, sou o que ama o paciente, aquele que quer ver o paciente bem, restabelecido, saudavel e alegre novamente. A minha postura e' fazer tudo que estiver a minha altura para ver o paciente bem...criar o melhor e mais saudavel ambiente, preparar a melhor "dieta" dirigida que estiver ao meu alcance.

Assim, mudei a minha vida...trabalho menos (se pudesse, deixaria de trabalhar!), faco outras coisas e, principalmente, mudei meu estilo de vida. Entrei nessa dieta dirigida de comida alcalina, numa tentativa desesperada de "ajudar" a cura convencional atraves de alimentos que sejam anti-oxidantes e promovam mais oxigenio no corpo.

Aqui em casa, nao fazemos comida so' para o paciente, comemos todos a mesma comida do paciente! Obviamente, nao podemos todos reagir a essa "dieta" dirigida da mesma maneira que o paciente reage. So' um de nos sente dores nas juntas, so' um de nos sente nauseas, so' um de nos vomita, so' um de nos tem calafrios, so' um de nos tem fadiga, so' um de nos tem cancer! Mas essa nao e' uma luta solitaria, muito pelo contrario, ha' um verdadeiro exercito de oracoes, visitas, boas intencoes, conselhos e preocupacoes...

Por isso, nao consigo entender como a minha mae parece ser, as vezes, tao avessa. Nao entendo quando ela diz que eu nao tenho paciencia com ela. Sim, se a vejo querendo consumir algo que eu sei que e' prejudicial a ela, e' claro que nao estou de acordo. Mas tambem nao posso lhe obrigar. So' posso fazer a minha parte e fazer tudo disponivel para ela. So' posso fazer a minha parte. Tambem nao posso trata-la como se cancer fosse apenas um resfriado, que uma canja de galinha e um chazinho fosse resolver. Nao, cancer e' serio e nao pode ser tratado de outra maneira. Nao posso ser paciente e "tirar os meus olhos da bola". Nao ha' partes cinzas na luta contra o cancer, So' ha' preto e branco, bom ou ruim, nao ha' meio termo.

Nao, nao posso aceitar que ela, deliberadamente, faca algo que ela sabe que lhe sera' prejudicial. E ai', ela responde perguntando: "Mas sabe-se la' se eu quero continuar vivendo assim?" Bem, a unica coisa wue lhe pedi e' que ela fosse sincera comigo, pois eu so posso fazer a minha parte...

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